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Câncer de mama: prevenção e cura


Por Luiz Antonio Guimarães Brondi

O câncer de mama continua sendo o tumor maligno de maior incidência e a principal causa de morte por câncer entre as mulheres. São diagnosticados aproximadamente dois milhões de novos casos por ano e mais de 750.000 mortes anuais em todo o mundo: um caso novo a cada 24 segundos e uma morte a cada 68 segundos. No Brasil, são diagnosticados aproximadamente 70.000 novos casos e quase 20.000 mortes por ano em consequência desta moléstia: 140 novos casos por dia, sendo a maior incidência nas regiões Sul e Sudeste.

Apesar da alta incidência, o câncer de mama tem cura, sendo que em grande número de casos isto não significa a mutilação, ou seja, a retirada total da mama. Mas, é preciso detectá-lo em seus estádios iniciais. Daí a necessidade de se dar maior ênfase e maior esclarecimento às mulheres quanto ao autoexame e a realização anual da mamografia. Atualmente, 70% dos casos são diagnosticados em uma de suas fases iniciais, quando as chances de cura chegam a mais de 90%. Nos últimos trinta anos, a mortalidade por este câncer foi reduzida pela metade.

Receber o diagnóstico de câncer de mama é sempre um choque. Mas este inimigo não é mais tão implacável. Com o diagnóstico precoce, as cirurgias tornaram-se bem menos agressivas e, juntamente com a quimio, a radio e a hormonioterapia, conseguimos mudar o paradigma de "Máximo Tratamento Tolerável" para o oposto de "Mínimo Tratamento Efetivo". Isto significa que estamos realizando cada vez menos a mastectomia com a total retirada da mama. Nos Estados Unidos, os "lobbies" femininos conseguiram fazer com que o Congresso quadruplicasse as verbas destinadas à pesquisa para o câncer mamário. De cada 100 artigos médicos publicados sobre cânceres em geral, quase metade refere-se a este tipo de tumor.

Até os dias de hoje, o câncer de mama recebe quatro tipos de tratamentos básicos: cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. Estas armas continuam sendo indispensáveis para o tratamento da maioria dos tumores. Mas, as drogas quimioterápicas atacam também as células normais e saudáveis. A novidade atualmente são as terapias alvo-dirigidas, projetadas para bloquear o crescimento e a disseminação celular, lesando o menos possível as células saudáveis, com muito menos efeitos colaterais. Este medicamento já existe disponível para o câncer mamário desde 1998, denominado Trastuzumabe (Herceptin, comercialmente). Realmente, estamos diante de uma revolução onde observamos um aumento de sobrevida importante entre as mulheres portadoras de câncer de mama. Talvez, num futuro não muito distante, com a melhor avaliação dos códigos ou assinaturas genéticas, com o melhor entendimento genômico da célula cancerosa, possamos, com apenas alguma alteração do DNA celular, chegar a cura definitiva desta moléstia.

Luiz Antonio Guimarães Brondi é professor doutor do Departamento de Cirurgia, Disciplina de Ginecologia, Setor Mastologia, da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba, PUC-SP.

 

 

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