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Nota

Fiquei diabético. E agora?

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

Não esperava por essa...
Fiz exame e minha glicemia, o meu açúcar no sangue está aumentado...
Isso representa para muitos, senão para todos, um grande susto.
E se alguém de casa, algum parente também tem, assusta mais ainda.
E porque essa notícia assusta tanto?
Hoje imagina-se que nos aproximamos de 10% de pessoas diabéticas no nosso meio.
E que essas taxas estejam aumentando cada vez mais.
Portanto não somos os únicos.
Com tantas pessoas diabéticas, cada vez mais temos produtos dietéticos para o diabetes.
Há alguns anos praticamente não existiam produtos dietéticos, e quase todos os alimentos tinham que ser feitos em casa.
Mas hoje pode-se comer de tudo. Existe sempre uma versão para diabéticos.
Portanto, não se passam grandes privações.
A pesquisa médica e farmacêutica também tem dado a sua contribuição importante, com o conhecimento cada vez maior de como o diabetes funciona e a descoberta de novos medicamentos. O último lançado é uma medicação que age no rim, aumentando a eliminação de açúcar pela urina, e que tem um nome meio complicado - Dapagliflozina um produto inovador, sem nada semelhante anteriormente. Além de novos medicamentos, tem-se acesso a muitos deles com um custo financeiro bastante reduzido.
Portanto, existem muitas formas de se tratar a doença.
Novos exames foram desenvolvidos para se detectar precocemente as complicações e os inconvenientes do diabetes, e ao lado disso novas técnicas de tratamento dos olhos, medicamentos para a prevenção das lesões renais e assim por diante, estão sendo desenvolvidas.
Assim, o seguimento ficou muito mais tranquilo.
E porque essa notícia assusta tanto?
Porque o diabetes é uma patologia crônica, veio para nos fazer companhia, todos os dias, e isso nos incomoda, é como viver com o inimigo.
Se não for bem tratada, irá complicar nossa vida, quiçá os rins, o coração, nossa circulação, os olhos... Então é justo que fiquemos assustados?
Isso é como uma placa na estrada, dizendo não avance abismo na frente.
Quem a colocou lá tem o desejo de nos ajudar, embora muitos não acreditem, achem que é uma intromissão na vida e que não tem que ser seguida a orientação.
Se tomamos essa conduta acabaremos no fundo do buraco.
Com o diabetes é o mesmo, não podemos ignorar a sua presença. Temos é que tratá-lo como um companheiro, cuidar de seguir as orientações.
E mudar de vida!
E nisso está a grande dificuldade, por isso nos assusta tanto.
Porque no fundo, o que o diabetes nos pede é uma mudança de hábitos, de costumes.
E mudanças sempre exigem muito de todos nós. E muitas vezes não estamos dispostos.
Achamos que dói...
O que nos pede o diabetes?
Que tenhamos um acompanhamento médico, como um técnico que ajuda a superar as dificuldades e que encaremos de frente, como qualquer obstáculo que aparece na vida.
O diabetes pode nos assustar, mas o mais importante é enfrentá-lo como um desafio que precisa e pode ser vencido. Uma luta árdua, mas que tem como recompensa qualidade de vida e saúde sem complicações.

José Otávio Alquezar Gozzano é clínico e endocrinologista, professor da Faculdade de Medicina da PUC em Sorocaba.



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