Você está em: Página inicial | Notícias | Pucalhaços levam doses de alegria para alas pediátricas dos hospitais
Nota

Pucalhaços levam doses de alegria para alas pediátricas dos hospitais.


FONTE: Jornal Cruzeiro do Sul

80 estudantes voluntários se revezam para fazer visitas semanais às crianças internadas

Com o rosto pintado, usando nariz de palhaço e um extravagante chapéu verde, a coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC de Sorocaba, Dirce Setsuko Tacahashi, transforma-se na palhaça Abelhuda. Acompanhada de cinco jovens alunos dos cursos de Enfermagem e de Medicina, ela lidera o grupo Pucalhaços, que tem como objetivo levar doses de descontração e alegria para as alas pediátricas dos hospitais de Sorocaba.

Projeto também tem seu mérito por fazer com que os profissionais experimentem a vivência com o paciente. (FOTO: Jornal Cruzeiro do Sul).

Fundado em 2009 por Dirce e algumas de suas alunas, o Pucalhaços conta atualmente com 80 estudantes voluntários que, em grupos pequenos, se revezam nos "plantões da alegria", como são chamadas as visitas semanais às crianças internadas no Hospital Regional, Hospital Santa Lucinda e Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci).

Para se especializar na arte do riso, o grupo acaba de ser convidado pelos Doutores da Alegria para participar de uma série de oficinas de capacitação e, com isso, integrar o programa Palhaços em Rede - hoje formado por mais de 600 grupos similares em todos os Estados do Brasil.

Nas primeiras oficinas, que acontecem hoje e amanhã em São Paulo, os voluntários vão participar de exercícios e jogos de integração, parceria, base do improviso, entre outras atividades. Já em uma segunda oficina, agendada para os dias 8 e 9 de novembro, os voluntários vão trabalhar com conceitos sobre o palhaço, improviso com objetos e base de construção narrativa.

Ao final das oficinas, os voluntários terão a oportunidade de acompanhar uma dupla de palhaços do elenco dos Doutores da Alegria nos hospitais da Capital. "Essa oportunidade de aprendizado será muito importante para nós, porque eles [Doutores da Alegria] são uma referência e uma inspiração para a gente", comenta Dirce.

Doutores da Alegria é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que, desde 1991, atua junto a crianças hospitalizadas.

Vivência mais humana

Durante uma visita à ala infantil do Hospital Regional, acompanhada pela reportagem do Cruzeiro do Sul, a coordenadora Dirce Setsuko Tacahashi assinala que, embora não seja formado por artistas, o objetivo dos voluntários do Pucalhaços vai ao encontro da proposta iniciada pelos Doutores da Alegria. "Se a gente consegue um esboço de sorriso já é muito gratificante. A nossa missão é proporcionar um momento de alegria em meio a um momento delicado que elas estão passando", comenta.

Estudante de Medicina Brinca com garoto. (FOTO: Jornal Cruzeiro do Sul).

Enquanto escolhe os acessórios coloridos para compor seu figurino de "pucalhaça", a estudante de enfermagem Jéssica Priscila Matias Vanetti busca inspiração para construir uma espécie de personagem capaz de conquistar o sorriso dos pequenos. "Para mim é emocionante fazer parte disso. Eu sempre saio feliz das visitas, porque ver um sorriso delas (as crianças) já alegra o meu dia", diz, instantes antes de seguir com o grupo em direção à ala pediátrica do hospital.

Aluna do 1º ano do curso de Medicina, Ana Luisa Vita Ricci é novata no Pucalhaços e, seguindo os passos de Dirce, diz não medir esforços para oferecer momentos de diversão às crianças submetidas em tratamento médico. "Essa é minha segunda visita com o grupo. Não tenho muita experiência e ainda estou tentando inventar meu personagem. Mas acho que vale fazer qualquer coisa para fazer as crianças sorrirem", afirma, antes de entrar em um dos quartos e cantar a um paciente uma música da Galinha Pintadinha.

Agachado sob uma maca do hospital, o estudante do 1º ano de Medicina, Sérgio Henrique Paciullo Marossi, brinca de esconde-esconde com Murilo, de 2 anos, que parece se divertir. "É muito gratificante. A gente sai de alma lavada, sentindo que fez o dia de alguém melhor", resume, admitindo que nas primeiras visitas do grupo sentiu vergonha ao passar pela rua de jaleco branco, rosto pintado e nariz de palhaço. "Agora eu não ligo mais. O importante é levar a alegria para quem precisa", complementa.

A brincadeira de Marossi com o pequeno Murilo é aprovada pelo pai do garoto, o tratorista Marcelo Tiburcio Fernandes. "É uma ação muito boa. Acho que, pelo menos por alguns minutos, dá uma animada nas crianças e até tira um pouco a preocupação dos pais", afirma.

Marossi é um dos oito estudantes de sua turma, de 110 alunos, dispostos a dedicar uma hora do dia, uma única vez por mês, às atividades do Pucalhaços. O futuro médico acredita que a experiência de divertir as crianças por meio da arte será importante para a sua formação profissional. "Hoje em dia se discute tanto a questão da humanização no atendimento médico. Tem muita gente que reclama que o médico não olha para a cara do paciente. Então eu acho que ter esse contato mais humano, principalmente com as crianças, ensina a ter mais compaixão e afeto na hora do atendimento", defende.

Estudantes do 1º ano de Medicina, Sérgio Henrique Paciulio Marossi, brinca com Murilo. (FOTO: Jornal Cruzeiro do Sul).





Dirce Tacahashi concorda. Aliás, segundo ela, tão importante quanto divertir as crianças internadas no ambiente hospitalar, o projeto também tem seu mérito por fazer com que os futuros profissionais da área da saúde exercitem o tratamento humanizado. "No fundo, o mais importante é que os alunos tenham essa vivência mais humana", pontua, citando que um grupo de alunos do curso de Enfermagem está realizando uma pesquisa científica para analisar a influência do Pucalhaços na formação dos profissionais. "Nós vamos entrevistar os ex-integrantes do grupo para saber de que forma essa experiência influenciou na formação profissional deles", detalha.

PUC-SP | Fundação São Paulo - logo

Hospital Santa Lucinda
Rua Cláudio Manoel da Costa, 57 - Jd. Vergueiro
Sorocaba - SP | ver mapa de localização

Telefone: (15) 3212.9900
FAX HSL: (15) 3212.9815 ou (15) 3212.9900 Ramal 9600