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Nota

Reposição hormonal traz vários benefícios para a saúde da mulher

Na transição da menopausa os sintomas prejudicam bastante a qualidade de vida feminina

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

Ondas de calor constantes, perturbações no sono, sintomas de atrofia genital e perda da libido são alguns dos sintomas que fazem mulheres procurarem o tratamento hormonal na transição menopausal, mais conhecido como reposição hormonal. Esse tratamento, que na maioria das vezes é realizado no processo do envelhecimento, prolonga os efeitos benéficos dos hormônios produzidos nos ovários da mulher, como o estradiol e a progesterona. Segundo especialistas, a carência destes hormônios causa consequências ruins para o organismo feminino, como depressão e osteoporose.

O médico ginecologista e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Luiz Ferraz de Sampaio Neto, destaca que a produção desses hormônios ocorre somente no desenvolvimento embrionário das mulheres. "Esses hormônios ovarianos são produzidos em estruturas denominadas folículos ovarianos, que existem em número limitado e se esgotam com o passar do tempo", explica. Sendo assim, o estradiol e a progesterona não serão mais produzidos pelo organismo da mulher com o passar dos anos.

Sintomas
Conforme Sampaio Neto, a falta desses hormônios no organismo feminino é caracterizada por ondas de calor (fogachos), perturbações no sono (insônia, despertar precoce, sono superficializado), cansaço físico decorrente desse sono inadequado, sintomas de atrofia genital (vagina seca, dor para manter relações sexuais, infecções vaginais de repetição, incontinência urinária, urgência miccional, cistites de repetição), perda da libido, atrofia muscular, perda da umidade e do trofismo na pele, acentuação do aparecimento de rugas na pele, queda de cabelo, nervosismo, depressão e osteoporose.

Esses sintomas começam a surgir geralmente em mulheres com idades entre 45 e 50 anos. Segundo a médica ginecologista e professora do curso de Medicina da PUC, Carla Muniz Pinto de Carvalho, o tratamento ocorre normalmente na transição menopausal, onde os sintomas são mais intensos e prejudicam bastante a qualidade de vida da mulher. "O tratamento é individualizado. Existe uma janela de oportunidades para iniciar o tratamento que normalmente coincide com a parada das menstruações, mas nada impede que ela inicie mais tardiamente, desde que sua sintomalogia justifique o tratamento", ressalta.

Tratamento
Carla diz que há várias formas para realizar o tratamento. "Ele pode ser feito com comprimidos via oral tomados diariamente, adesivos transdérmicos ou com gel de estrógeno. O hormônio via vaginal pode ser usado somente quando a mulher apresenta atrofia urogenital". Conforme a especialista, o tratamento pode durar de um a dez anos e sempre deve ser antecedido de exames de ultrassonografia transvaginal, mamografia bilateral e colpocitologia oncótica, além de avaliação clínica criteriosa.

Sampaio Neto destaca que mulheres que apresentam a Falência Ovariana Prematura (FOP) precisam realizar o tratamento antes dos 40 anos. "Essas mulheres perdem a função dos ovários antes dos 40 anos. O tratamento neste caso deve ser feito mesmo que a mulher não tenha sintomas, pois vai ter todas as consequências ruins da perda hormonal muito precocemente", afirma.

Não são todas as mulheres que podem realizar o tratamento hormonal. Conforme o médico, existem situações em que o uso de hormônios é contraindicado ou oferece risco superior aos benefícios. A especialista Carla diz que o tratamento é restrito a pacientes que apresentam diagnóstico passado ou atual de câncer de mama, sangramento vaginal sem diagnóstico estabelecido, hiperplasia endometrial não tratada, tromboembolismo venoso atual ou prévio, doença coronariana recente ou prévia e doença hepática em atividade. "O tratamento não é inviabilizado em pacientes com doenças como diabetes e colesterol alto, mas deve ser feito por uma equipe multiprofissional e bem monitorizado", completa.

O uso de hormônios pode causar a retenção de líquidos e aumentar o apetite, o que pode resultar no aumento de peso. Por conta disto, o médico ginecologista diz que o tratamento para a mulher no climatério deve ser mais amplo do que somente a utilização de hormônios. "Ele deve vir acompanhado de mudanças no estilo de vida, com aumento da atividade física, práticas de alimentação saudável e não fazer uso de cigarro e álcool em doses elevadas" orienta.

Benefícios
O ginecologista Sampaio Neto diz que além de corrigir a situação de déficit hormonal e melhorar os sintomas causados pela carência desses hormônios, o tratamento possibilita vários benefícios à saúde da mulher. O tratamento previne a perda de massa óssea e risco cardiovascular, reduz o risco de câncer de cólon intestinal, previne a degeneração macular (forma de cegueira) e a perda dentária.

A aposentada Ana Maria Souza, de 66 anos, diz que se sentiu muito melhor depois que começou a fazer o tratamento hormonal. "Eu comecei a fazer depois dos 50 anos. Durante esse tempo, interrompi o tratamento duas vezes. Estou fazendo novamente há dois meses e já percebi a diferença", conta. Ana Maria diz que fica mais forte com o tratamento. "Sem a reposição eu fico depressiva, sinto muito calor e dores no corpo. Melhorei 80%." Desta vez, Ana Maria disse que mudou seu estilo de vida. "Mudei meus hábitos alimentares. Até perdi alguns quilos. É muito bom se cuidar e ver os resultados. Melhora a autoestima. Sou outra pessoa", afirma.

A auxiliar de cozinha Roselane Cristina Fernandes Alencar, de 52 anos, faz o tratamento há oito anos e diz que também se sente bem melhor. "Já não sinto aquele calorão insuportável. A sensação de mal-estar também passou", conta. Roselane está começando a diminuir as doses do tratamento. "Estou tomando um comprimido a cada dois dias e percebo que não sinto tanta falta. Estou controlando meu organismo, usando produtos alternativos, como a castanha da Índia."

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