Você está em: Página inicial | Notícias | Nova vacina contra a dengue

Nova vacina contra a dengue


03/04/2023

A vacina contra a dengue Qdenga deverá estar disponível em clínicas particulares do Brasil a partir do segundo semestre deste ano, de acordo com informações do seu fabricante, o laboratório japonês Takeda Pharmaceutical.

Aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no último final de semana, o imunizante pode ser aplicado em pessoas com idades entre quatro e 60 anos, independentemente de terem ou não tido dengue.

Segundo o infectologista professor-doutor Marcos Vinícius da Silva, da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP, a dengue é, atualmente, a mais importante arbovirose (doença viral transmitida por mosquitos) do mundo. Seus vetores são o Aedes aegypti e o Aedes albopictus.

“A dengue é um dos grandes problemas da saúde pública no Brasil. Ela é endêmica nos países tropicais e, anualmente, afeta entre 50 a 100 milhões de pessoas pelo mundo”, explica.

Segundo o infectologista, as manifestações clínicas podem variar desde uma febre incaracterística até sinais graves, como hemorragias. “Porém, em sua maioria, os casos são assintomáticos ou com poucos sintomas. Por isso, não são diagnosticados.”

A dengue clássica, ainda de acordo com o professor-doutor Marcos Vinicius, costuma ser benigna. Ela manifesta-se abruptamente, com febre alta acompanhada de dor de cabeça intensa, dor retro-ocular, dores no corpo e nas articulações e sintomas gastrointestinais (como vômitos, anorexia e diarreia).

“O exantema (ou seja, a irritação na pele) pode surgir no terceiro ou quarto dia de contágio. Além disso, fenômenos hemorrágicos leves ou graves podem ocorrer, levando a choque e, até mesmo, à morte. A febre costuma ceder em até sete dias, iniciando-se a convalescença, que pode durar semanas, com fadiga e depressão”, orienta.

A diretora executiva de Assuntos Médicos da Takeda Pharmaceutical no Brasil, doutora Vivian Lee, reforça que a aprovação da vacina é um marco importante, pois permite um reforço ao Programa Nacional de Controle da Dengue, que inclui o controle do vetor. Até então, não havia prevenção eficaz para pacientes, pessoas infectadas e indivíduos saudáveis.

Apesar de ainda não haver previsão de inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde afirma que a questão é tratada como prioridade.

Fabiana Funk, presidente do conselho da Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas (ABCVAC), ressalta a importância da vacina, mas enfatiza que é necessário continuar a luta contra o mosquito Aedes aegypti por meio da higiene básica e primária.

Em 2022, o Brasil enfrentou uma explosão de casos e mortes por dengue, com 1.016 óbitos confirmados e 1.450.270 casos prováveis. Isso representou um aumento de 160% em relação a 2021.

Para essa doença, não há tratamento medicamentoso. “No combate à dengue, várias ações ambientais são necessárias, tais como evitar acúmulo de água doce e limpa, que permite a proliferação do mosquito transmissor”, observa o professor-doutor Marcos Vinícius.

“Nas doenças causadas por vírus, a medida preventiva mais importante e eficaz é a vacinação. Foi a vacina que possibilitou erradicar a varíola e diminuir os casos de sarampo, de febre amarela, de varicela, entre outras. Portanto, ocorrerá o mesmo com a dengue: quando tivermos um imunizante eficaz, conseguiremos controlar essa importante doença que aflige a humanidade. Esperamos que esse dia esteja próximo”, conclui.


PUC-SP | Fundação São Paulo - logo

Hospital Santa Lucinda
Rua Cláudio Manoel da Costa, 57 - Jd. Vergueiro
Sorocaba - SP | ver mapa de localização

Telefone: (15) 3212.9900
FAX HSL: (15) 3212.9815 ou (15) 3212.9900 Ramal 9600