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Mas, para que se dedicar um Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial?


25/04/2023

Profa. Dra. Cibele Isaac Saad Rodrigues
Professora titular do Departamento de Clínica e da disciplina de Bioética do PPG-EPS, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP. Coordenadora acadêmica do Hospital Santa Lucinda.

Todo 26 de abril comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão. Trata-se da Lei nº 10.439/2002, que tem como principal objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença – que, na maioria das vezes, não é curável, mas, quando tratada, é possível prevenir suas complicações.

A hipertensão (ou pressão alta) acomete 30% da população adulta e se caracteriza pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial (PA) acima de 140×90 mmHg (milímetros de mercúrio) – popularmente conhecida como 14/9. O primeiro número se refere à pressão máxima ou sistólica, que corresponde à pressão do sangue nos vasos arteriais quando ocorre a contração do coração; e o segundo, à pressão mínima ou diástole, quando o coração relaxa.

A pressão alta pode ter uma causa primária, quando a presença de uma genética propícia é associada a fatores ambientais; em geral, nos homens entre 30 e 40 anos e na mulher após a menopausa. Em cerca de 10% dos casos, pode ser decorrente de outros problemas de saúde, como doenças nos rins ou endocrinológicas, tais como aquelas que acometem as glândulas da tireoide ou das suprarrenais.

É fundamental diagnosticar a origem do problema para que seja introduzido o tratamento adequado, de acordo com as características do indivíduo. Ou seja: os tratamentos não são iguais para todos os hipertensos e nem mesmo as metas a serem alcançadas são aquelas que servem para seu(a) vizinho(a) ou amigo(a).


Sintomas

A pressão alta, na maioria das vezes, não dá sintomas. Por isso mesmo, é considerada um grande inimigo. Quando se manifesta, geralmente, é muito tarde para remediar.

Nos casos em que sobe abruptamente ou já causou lesões nos órgãos-alvo, poderão ocorrer tonturas, visão turva ou com pontos brilhantes (como moscas volantes), falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente (principalmente na região da nuca), inchaço, entre outros. Estes são considerados os sinais de alerta.

Pelo fato de a hipertensão ser silenciosa e traiçoeira, é importante aferir regularmente a pressão arterial – no mínimo, anualmente, mesmo que seja para confirmar que ela está normal.

Até mesmo crianças acima de três anos já devem ter sua pressão aferida nas consultas pediátricas de rotina, porque a pressão alta, embora muito mais frequente nos adultos, pode atacar crianças e jovens, principalmente com a epidemia de obesidade que existe na atualidade.


Fatores associados

Obesidade, histórico familiar (pais, avós, tios, irmãos), estresse e envelhecimento estão associados ao desenvolvimento ou piora da hipertensão. O sobrepeso e a obesidade podem acelerar em até 10 anos o aparecimento da doença. O consumo exagerado de sal, associado a hábitos alimentares não saudáveis, também colabora para o aparecimento da hipertensão.


Tratamento e cuidados após o diagnóstico

A pressão alta é, na grande maioria dos casos, uma doença incurável, mas pode e deve ser controlada com mudanças no estilo de vida e medicamentos.

Modificar os hábitos alimentares, reduzir o consumo de sal, fazer atividade física regular (pelo menos, 150 minutos por semana), parar de fumar, moderar o consumo de álcool e levar a vida com maior leveza ajudam, e muito, no controle deste mal.

Existem inúmeras classes de medicamentos, em diferentes dosagens, que podem ser prescritas por um médico preparado para atender essa situação. E o médico nefrologista é um deles!


Complicações (lesões em órgãos-alvo)

As principais complicações da pressão alta descontrolada são derrame cerebral, também conhecido como AVC; infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica.

Além disso, a hipertensão pode causar uma alteração (hipertrofia) do músculo do coração, originando arritmia cardíaca.

Os olhos podem sofrer problemas na retina e as pernas podem ter “entupimentos” dos vasos que levam o sangue (pelas artérias), com dores principalmente na panturrilha (barriga da perna) devido aos esforços.

O tratamento da pressão alta, de forma contínua, mantendo-a sob controle, amplia a qualidade e a quantidade de vida. Por isso, nunca pare seu tratamento!


Prevenção e controle

Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares; comer com pouco sal, utilizando temperos que ressaltam o sabor dos alimentos (tomilho, alho, cebola, orégano, pimenta, alecrim etc.); praticar atividade física regular, de acordo com suas condições cardiovasculares; aproveitar momentos de lazer e descontração; não começar a fumar qualquer tipo de cigarro, inclusive os eletrônicos, ou abandonar o fumo; moderar o consumo de álcool e dar preferência a uma taça de vinho tinto ao dia, no máximo; evitar alimentos gordurosos, frituras e embutidos; controlar o diabetes e outras doenças endocrinológicas; e, finalmente, evitar medicamentos que sobrem a pressão, como anti-inflamatórios, corticoides, anticoncepcionais orais e vasoconstritores nasais.

Prevenir e combater a pressão alta deve ser um dos principais objetivos de todo gestor de saúde pública!


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