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Drogas ilícitas com nomes exóticos: uma ameaça crescente à juventude


25/05/2023

Em um cenário global em que a saúde e o bem-estar são cada vez mais valorizados, uma ameaça silenciosa e devastadora está ganhando terreno. Novas drogas ilícitas, conhecidas como psicoativas, estão sendo comercializadas sob nomes exóticos e causando malefícios incalculáveis.

“Estas substâncias, como Krokodil, Pó de Anjo, Flakka, Miau Miau, NBOMe, entre outras, são frequentemente produzidas em laboratórios clandestinos e direcionadas principalmente a adolescentes e adultos jovens. Elas representam uma ameaça grave à sociedade e à saúde pública, exigindo atenção redobrada de pais, profissionais de saúde e autoridades”, reforça a professora-doutora Cibele Isaac Saad Rodrigues, professora titular do Departamento de Clínica e da disciplina de Bioética do PPG-EPS, Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, e coordenadora acadêmica do Hospital Santa Lucinda.

Entre as novas drogas, destacam-se:

  • Krokodil, também conhecida como Heroína dos Pobres ou Droga Zumbi: de origem russa, causa descamação e enrugamento da pele, remetendo à pele de crocodilos. Pode levar a ulcerações, necrose e gangrena nos locais de aplicação. De origem russa, seu uso crônico causa descamação e enrugamento em várias partes do corpo, podendo determinar uma pigmentação escura, que pode lembrar a pele dos crocodilos.

    Um dos compostos presentes na droga é a alfa-clorocodida – que também pode ter sido a inspiração para o nome da substância. Assim como causa euforia, pode também dar forças para o usuário cometer suicídio. Na receita desse bolo, misturam-se iodo, codeína, gasolina, solvente, heroína e fósforo vermelho.

  • Pó de Anjo (PCP), Krystal Angel ou Peace Pill: a fenciclidina é um entorpecente alucinógeno com efeito parecido com o do “Boa Noite Cinderela”. Causa alucinações, surtos, taquicardia, comportamento hipersexual, aumento da pressão arterial, febre e convulsões. Pode levar ao coma e até à morte.

    De aspecto branco e aparência cristalina, a fenciclidina foi criada para ser um anestésico de uso humano e veterinário (em cavalos). Porém, foi banida das prescrições em centros cirúrgicos pelos seus efeitos psicoativos.

  • Flakka, Zombie ou Droga do Super-herói: este novo entorpecente e alucinógeno, de origem chinesa, é uma versão sintética da catinona (semelhante à anfetamina). Muito potente, provoca um comportamento estranho nos usuários, que ficam excitados, agressivos, alucinam e podem até virar canibais.

    A droga causa efeitos semelhantes à adrenalina e noradrenalina, que são neurotransmissores importantes na reação de alarme do organismo, levando à taquicardia, aumento da força e da temperatura corpórea, pressão alta, dor no peito, tremores, além daqueles observados no sistema nervoso central.

  • Miau, Miau; Drona; 4MMC; MC ou M-Cat: a mefedrona (ou metil-metacatilona) é um estimulante de ação rápida, parente próximo da droga Flakka. Apresentada geralmente como um pó branco, essa substância tem sido vendida sob o disfarce de fertilizantes para plantas, sais de banho e até incensos. Seus efeitos são comparáveis aos do ecstasy (MDMA), embora possam variar de acordo com o indivíduo e a quantidade consumida.

  • NBOMe, N-Bomb, Gnome, Solaris ou Smiles: é um alucinógeno sintético derivado de um cacto. De suas 11 variantes, o 25I-NBOMe, ou “25I”, é a mais comumente usada, apresentando maior potência e efeitos de longa duração.

    A substância é vendida como líquido, pó ou impregnada em papel mata-borrão, podendo ser ingerida, inalada, injetada, fumada e até administrada via retal. Devido à sua apresentação, pode ser confundida com o LSD, embora seus efeitos sejam mais intensos e suas consequências, potencialmente mais perigosas.

  • Maconha Sintética, Spice, K2, K4, K9: os canabinoides sintéticos, também conhecidos como "maconha sintética", são uma classe de drogas com mais de 300 variantes identificadas até 2022.
    Produzidos em laboratórios clandestinos de maneira improvisada, esses compostos tentam replicar a estrutura química do THC, o componente ativo da cannabis sativa natural. Inicialmente, essas substâncias podem provocar sensações de prazer e relaxamento, mas seus efeitos adversos incluem confusão mental, ansiedade, taquicardia e alterações no sistema nervoso central. Os usuários podem parecer zumbis.

O problema do tráfico e uso dessas novas drogas ilícitas vai além da proibição. É necessário um conjunto de medidas para enfrentar esse mercado ilegal e perigoso que movimenta dinheiro, causa violência e prejudica a saúde.

“É preciso que os pais e responsáveis estejam atentos a sinais de uso de drogas. Há aqueles que se enganam, achando que as consumir melhora sua performance, facilita as interações sociais e proporciona um aproveitamento diferenciado nas baladas”, reflete a docente da PUC-SP.

De acordo com Cibele, contra a intoxicação, a solução é a educação e o diálogo intersetorial. “Precisamos trazer informações claras e verdadeiras para nossas crianças e jovens, para que façam melhores escolhas em suas vidas. O objetivo é evitar que se tornem vítimas dessas substâncias devastadoras, correndo riscos desnecessários ou até encontrando uma morte prematura”, pontua.


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