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Nota

Cirúrgia de revascularização do miocárdio

*Andréia Lima Matos Dal Boni

Por: Jornal Cruzeiro do Sul.

A insuficiência cardíaca tem sido reconhecida mundialmente como um problema de saúde pública pelo aumento de casos a cada ano e pelos altos custos à Previdência Social.
Crédito – Jornal Cruzeiro do Sul.

As doenças cardiovasculares são responsáveis por um terço das mortes no Brasil, sendo a principal causa de morte no mundo. Nos casos que não são fatais, esses quadros levam, com frequência, à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves repercussões para este, sua família e a sociedade.

O desfecho da maioria das doenças cardiovasculares é a insuficiência cardíaca. Essa situação clínica é crônica e tem forte impacto devido aos sintomas físicos e às alterações psicológicas. A insuficiência cardíaca tem sido reconhecida mundialmente como um problema de saúde pública pelo aumento de casos a cada ano e pelos altos custos à Previdência Social relacionados ao auxílio-doença e às aposentadorias antecipadas.

As doenças crônicas são permanentes e produzem incapacidades residuais causadas por alterações patológicas irreversíveis, complicações e implicações econômicas em seu controle e tratamento. Sendo assim, o doente necessita de atenção especial e prolongada, com longos períodos de supervisão, observação e cuidado. Todas as doenças crônicas requerem um programa de educação capaz de instruir o paciente sobre todos os aspectos relacionados à patologia e ao seu tratamento, tornando-o um parceiro nessa abordagem. A compreensão permitirá ao paciente a participação ativa no autocuidado, com melhoria da adesão ao tratamento e, consequentemente, da qualidade de vida. Os avanços clínicos e cirúrgicos no tratamento dos pacientes com doenças coronarianas têm possibilitado a sobrevivência das pessoas acometidas por doenças cardiovasculares.

A finalidade da operação de revascularização do miocárdio é restaurar o suprimento de sangue ao músculo cardíaco. Com isso, cria-se uma nova rota que contorna a área bloqueada da artéria coronária doente, aliviando os sintomas (dispneia ao esforço físico e angina) decorrentes da má nutrição e hipóxia (falta de oxigênio) do músculo. Como consequência, o paciente tem melhora na capacidade funcional.

Atualmente, a qualidade de vida relacionada às doenças cardiovasculares e o impacto do tratamento na vida individual têm sido objeto de investigação. Essas análises são consideradas relevantes, pois, além de avaliarem os resultados terapêuticos, geram hipóteses e reflexões que possibilitam a ampliação do conhecimento e envolvem múltiplos pontos de vista. Um estudo realizado com 78 pacientes atendidos no ambulatório de especialidades do Hospital Santa Lucinda avaliou a melhora na qualidade de vida após a revascularização do miocárdio e os fatores que interferiram nesta evolução. Foram utilizados questionários antes e depois da cirurgia, os quais analisaram a percepção do paciente em relação às suas limitações nos aspectos físico, social e emocional. Além destes, foram incluídos fatores como depressão, ansiedade e dor, pois interferem na percepção dos indivíduos em relação ao seu quadro.

Os resultados desse estudo demonstraram que a cirurgia de revascularização do miocárdio causou impacto positivo na qualidade de vida; nos níveis de ansiedade, depressão e dor e no alcance da independência funcional progressiva, com a diminuição dos sintomas e a modificação nos hábitos.

As pesquisas sobre a prática clínica nos serviços de saúde têm sido um importante processo para tomada de decisão clínica e determinação do benefício terapêutico, como meio de avaliar a sobrevida do paciente após cirurgia de revascularização. Ao mesmo tempo, propicia ações de melhoria na reabilitação por meio dos instrumentos de avaliação da qualidade de vida; da elaboração de programas de atendimento e cuidado à saúde de indivíduos e comunidades conforme as suas necessidades e da promoção de condições favoráveis para a participação no cuidado da saúde de forma integrada. Sendo assim, os resultados verificados com esse estudo contribuirão para que o profissional de saúde empreenda ações no tocante à promoção e ao planejamento assistencial. Além disso, a mudança individual dos pacientes quanto à percepção da doença (controle e tratamento) pode ajudar no embasamento de novos programas e práticas educativas em saúde.

* Andréia Lima Matos Dal Boni é mestranda do Programa de Pós-Graduação "Educação nas Profissões da Saúde" da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP.



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