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Cólicas menstruais atingem mais de 75% das mulheres no País

Estudo do Ibope aponta que 66% sofrem dores intensas

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul. .

Dores mensais que atingem mais de 75% das brasileiras, as cólicas menstruais estão relacionadas ao ciclo de ovulação da mulher, que ocorre no chamado período fértil. O incômodo, que afeta a qualidade de vida como um todo, é frequente para 66% da população feminina, de acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em todas as regiões do País e divulgado neste mês. O estudo revela ainda um quadro preocupante, já que as dores são fortes ou extremamente fortes para 66% das entrevistadas. Conforme explica a ginecologista, obstetra e professora da Faculdade de Ciências Médicas e Saúde da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, Carla Carvalho, o sintoma pode ser amenizado com determinadas medidas, mas requer cuidado, já que, em casos extremos, pode ser sinal de doenças, como endometriose e mioma uterino. 


De acordo com a médica, o incômodo é causado na camada interna do útero durante a menstruação. "Todos os meses essa camada cresce à espera do embrião e, caso não haja a gravidez, ela descama em forma de sangramento. Com isso, o útero se contrai para eliminar o sangue, comprimindo os vasos e nervos e causando a dor", explica. Nesses casos, indica, a mulher deve procurar repousar e promover calor na região do abdômen. "Banho de imersão quente e medicações analgésicas, desde que prescritas por médico, também podem amenizar o sofrimento", afirma. O sintoma, no entanto, pode ser causado também por fatores psicológicos, já que o sangramento é associado como algo negativo. Dessa forma, a prática de atividades físicas regulares pode contribuir para diminuir as cólicas, pois a liberação de endorfinas diminui o componente emocional relacionado à dor. 


O mais importante, no entanto, acredita a ginecologista, é aceitar a menstruação como algo natural e que faz parte da vida da mulher. "Quando a mulher menstrua, isso mostra que seu organismo está funcionando bem. Além disso, o ciclo possibilita que elas sejam mães um dia", acrescenta. As cólicas menstruais são caracterizadas por uma dor aguda e intermitente, que dura um, dois, às vezes, quinze segundos ou até um minuto e passa, mas volta em seguida com toda a intensidade. Normalmente são acompanhadas, segundo a médica, de aceleração do trato gastro intestinal, traduzido por diarreia ou aumento do ritmo intestinal e vômitos. Segundo o levantamento, o incômodo é ainda maior para as jovens com idade entre 16 e 24 anos, atingindo 84% delas. Incidência que, segundo a médica, é comum. "Essas dores são mais frequentes em mulheres mais jovens e costumam diminuir depois da gestação e parto, no caso das mães", acrescenta. 


Carla conta que o uso de pílulas anticoncepcionais de forma contínua, impedindo a menstruação, ou métodos de ação prolongada, como o Dispositivo Intra-Uterino (DIU) hormonal, também são opções para quem sofre com cólicas menstruais. "Essas alternativas são indicadas para as mulheres cujas atividades são prejudicadas pelas dores, já que o uso desses dispositivos garantem 80% de chance de interrupção da menstruação", expõe. A própria pesquisa do Ibope revelou que, para a maioria das mulheres (83%), as cólicas afetam o humor, sendo que 42% delas estão frequentemente mal-humoradas durante o período menstrual. Apenas 18% conseguem passar por essa fase do mês sem alterações comportamentais. O estudo também aponta que, para 59%, a cólica menstrual é acompanhada de dor de cabeça e, para 46% delas, de dor nas costas. 


Cólicas secundárias
Quando a mulher faz uso constante de anticoncepcionais orais e, mesmo assim, permanece com as dores típicas do período menstrual, há uma grande chance de que haja uma causa orgânica, ou seja, que as cólicas sejam na verdade sintomas de outras doenças. Nesses casos, elas se caracterizam pela chamada cólica secundária. "Por isso é importante que a mulher preste atenção no seu corpo, já que as dores podem estar associadas à doenças como a endometriose", cita Carla. Os sinais podem indicar ainda a presença de mioma uterino ou malformações nesse órgão, além de doenças inflamatórias pélvicas. Dessa forma, o tratamento deve ser feito na causa de origem do incômodo.

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