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Nota

Expectativa de vida cresceu 7,4 anos em 22 anos

Projeção é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Por: Jornal Cruzeiro do Sul.

Medicina conseguiu combater algumas doenças graves e melhorou a qualidade de vida.
Crédito – Luiz Setti – Jornal Cruzeiro do Sul.

A expectativa de vida do brasileiro nascido em 2012 teve um acréscimo de cinco meses, em média, em comparação com o ano anterior, segundo projeção feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo divulgado nesta semana aponta que os homens passaram a ter uma esperança de vida estimada de 71 anos, enquanto para as mulheres esse índice chega a 78,3 anos. Na média, a expectativa de vida no Brasil é de 74,6 anos, idade que está relativamente próxima à estimada pelo Instituto de Pesquisas Aplicadas (Ipea), de 73,9, órgão que possui levantamentos feitos com base nos Censos realizados no País no início de cada década e trabalha com dados relativos a todas as cidades brasileiras, incluindo Sorocaba, onde o estudo aponta que a esperança de vida atual é 10,8% maior do que há 20 anos.

O levantamento feito dentro do Atlas de Desenvolvimento Humano 2013 indica que hoje, a expectativa de vida do sorocabano ao nascer é de 75,6 anos. O crescimento em comparação com o ano de 1991 (quando a projeção era de 68,2) é de 7,4 anos. Já em 2000, o estudo apontava uma esperança de 73,4 para recém-nascidos no município. Se levadas em consideração as últimas duas décadas, o aumento desse índice local é maior do que o observado no Estado (10%), mas se mantém abaixo da evolução a nível nacional (14,2%). Isso ocorre porque apesar de a expectativa de vida no País ser menor do que a do município, ela partiu de uma projeção bastante inferior, que era de 64,7 anos no início da década de 90.

Entre os fatores que podem ser apontados para justificar esse índice crescente, na visão do doutor em Ciências Sociais e professor de Sociologia e Políticas Públicas da Universidade de Sorocaba (Uniso), Vidal Dias da Mota Júnior, estão alguns progressos observados recentemente. "Há melhoras nas políticas sociais, situação do poder aquisitivo, acesso à informação e educação, por exemplo. Essas políticas, mesmo que fragilizadas nas últimas décadas, vêm apresentando resultados melhores dentro de um processo de universalização, ainda que lentamente", afirma. Ele mostra preocupação, no entanto, em relação à esperança de vida na cidade por conta da ameaça ao meio ambiente, tanto atual quanto futuramente. "A poluição do ar já mata centenas de pessoas por ano em Sorocaba, conforme relatório publicado pelo governo do Estado. A mudança do clima também poderá ser um fator que altere a economia e, portanto, amplie a exclusão social, comprometendo assim a expectativa de vida", alerta.

O professor destaca também o avanço no índice observado em todo o Brasil, que apesar de ser maior do que o de Sorocaba mostra que a cidade também se mantém em uma situação evolutiva. "O município continua avançando dentro da dinâmica do Estado. Já esse crescimento no Brasil mostra o processo de descentralização do desenvolvimento social no País, que históricamente é marcado por profundas diferenças regionais", aponta Mota Júnior. De acordo com a Prefeitura, atualmente vivem cerca de 66 mil idosos (população com 60 anos ou mais) em Sorocaba.

Do ponto de vista da medicina, a evolução no combate a algumas doenças graves pode ser considerado um dos fatores que contribuiu para a evolução desse índice, conforme explica a médica geriatra e docente do curso de medicina da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) em Sorocaba, Maria Beatriz Marcondes Macedo Montano. "Graças aos avanços médicos isso pôde acontecer. Muitas doenças que antes eram fatais hoje são controladas e com isso as pessoas passaram a poder conviver com elas. O maior exemplo disso é o diabetes. Há alguns anos, que portava essa doença não sobrevivia muito tempo, mas hoje, apesar de ainda não haver cura, é possível se fazer um controle", diz.

A médica geriatra ressalta, no entanto, a importância da busca não só pela longevidade, mas também por uma qualidade de vida maior em idades avançadas. "Não basta manter vivo, tem de manter com qualidade. Por enquanto, o que parece é que as pessoas estão vivendo mais anos, só que em piores condições. A grande maioria dos idosos tem doenças crônicas que deixaram muitos problemas e incapacidades", lamenta. Maria Beatriz alerta ainda que, para se atingir uma velhice saudável, são importantes inúmeros cuidados ao longo de toda a vida. "O indivíduo tem estar vivendo bem sempre. É fundamental controlar os fatores de risco desde que nasce. Tem de se alimentar bem, viver num ambiente com menos violência, estimular o cérebro e se desenvolver em todos os aspectos". Para ela, o resultado de uma velhice saudável é obtido através de um equilíbrio entre todas as etapas da vida. "Temos a velhice conforme vivemos a vida toda. Ela não acontece só no ato do aniversário de 60 anos. Então é importante cuidar de tudo não só na dimensão física, mas também social e mental", conclui.



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