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Índice de meninas grávidas chega a 6,5%

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

Número de adolescentes que viraram mães é o maior em 5 anos

Um total de 3.280 adolescentes sorocabanas se tornaram mães em 2013, segundo dados da Vigilância Epidemiológica de Sorocaba (VES). O número revela que, das 50.613 moradoras da cidade com idade entre 10 e 19 anos - faixa etária considerada como a da adolescência para a Organização Mundial de Saúde (OMS) - no ano passado, 6,48% se depararam com a maternidade. O índice já é o maior em cinco anos, considerando as informações da Secretaria de Saúde (SES) para os anos 2009 (5,87%), 2010 (5,98%), 2011 (5,9%) e 2012 (5,71%). A estimativa da população é do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Luiz Ferraz: é preciso saber se proteger (Foto: Jornal Cruzeiro do Sul)

O aumento, que indica que a iniciação sexual acontece cada vez mais cedo entre as meninas, mostra ainda que a gestação precoce requer cuidados específicos, tanto do ponto de vista médico quanto do psicológico. "Ser mãe é um evento muito intenso na vida da mulher, ainda mais na adolescência, quando a jovem passa por transformações físicas e emocionais", aponta a psicóloga e professora da Universidade de Sorocaba (Uniso), Walquíria Ramires Miguel.

O fator mais agravante da gravidez na adolescência é a falta de planejamento dessa gestação. O ginecologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Sorocaba, Luiz Ferraz de Sampaio Neto, afirma que é comum entre as adolescentes o início tardio do pré-natal. "Isso ocorre porque muitas delas evitam contar aos pais que estão grávidas", cita. Para ele, embora os problemas médicos não sejam tão frequentes, o impacto sócio-emocional é muito grande nesses casos. "Nessa fase, há maiores índices de aborto provocado e depressão pós-parto", exemplifica.

O relatório "Situação da População Mundial 2013", do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), revela, inclusive, que diariamente cerca de 20 mil meninas com menos de 18 anos dão à luz nos países em desenvolvimento. O número representa 95% do total mundial. Além disso, desse universo, 50% dos partos entre adolescentes se concentram em sete países, incluindo o Brasil.

Na avaliação de Walquíria, o apoio psicológico, seja da própria família ou de programas municipais ou filantrópicos, é fundamental para que a menina assuma emocionalmente o fato de que ela se tornou mãe. Como se trata de um período de formação de identidade, explica, culturalmente não são atribuídas responsabilidades a esses indivíduos, o que pode dificultar a aceitação da gravidez. "A jovem precisa entender que está se transformando de menina para mãe", afirma.

Vida sexual

Os valores de cada indivíduo também são essenciais nesse processo, já que, conforme a psicóloga Walquíria Ramires Miguel, "o fator gravidez traz à tona a manifestação da sexualidade desses adolescentes". "Os estudos apontam que as meninas estão iniciando sua vida sexual cada vez mais cedo", acrescenta o ginecologista Luiz Ferraz. Segundo ele, a prática de relações sexuais nessa fase requer cuidados específicos, porém não é possível estabelecer uma idade ideal para que as jovens percam a virgindade. "Do ponto de vista biológico, em média depois de três anos de vida menstrual o corpo da mulher já está pronto para transar e para engravidar. Resta saber se é oportuno ter uma gestação aos 16 anos e se essa adolescente terá a responsabilidade de se proteger das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)", pondera.

Dentre os métodos de proteção mais indicados, o ginecologista revela que o consenso é pelo uso combinado do preservativo e de contraceptivos hormonais. "A união desses dois mecanismos assegura maior eficácia na prevenção de uma gravidez indesejada", lembra, ressaltando que o mais importante, acima de tudo, é uma orientação adequada aos jovens. "A adolescente precisa ter discernimento para se proteger dos efeitos colaterais do sexo", finaliza.

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