O movimento, de caráter mundial, estimula a conscientização das mulheres e prevenção do câncer de mama.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul.

O rosa será a cor predominante durante o mês de outubro. Luzes, roupas, objetos e acessórios estarão em todos os lugares para marcar a Campanha Outubro Rosa, um movimento mundial que estimula a conscientização e prevenção do câncer de mama. Em Sorocaba, palestras e eventos alusivos à ação serão realizados durante o mês por várias entidades e órgãos públicos. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (SES), de janeiro a agosto deste ano foram realizados mais de 19 mil exames de mamografia na cidade. No ano passado, foram realizados 26 mil mamografias.
Segundo a presidente da Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, Márcia Pedroso Wey, a campanha tem o objetivo de divulgar o máximo possível sobre a importância da prevenção do câncer de mama. "O mais importante é a detecção precoce da moléstia. Quanto antes o câncer for detectado, maior será a chance de cura", afirma. Márcia diz que a prevenção tem que ser estimulada durante o ano todo. "A mulher tem que se cuidar, fazendo os exames anuais", aponta. Para ela, a mulher precisa conhecer o seu corpo. "Em pleno século XXI, ainda existem mulheres que têm vergonha de conhecer o seu corpo, de se consultar com um médico ginecologista. Isso não pode acontecer", frisa.
O câncer de mama
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que em 2014 serão registrados um total de 57 mil casos de câncer de mama em todo o Brasil. Conforme o Sistema de Informação do Câncer (Siscan), desde o começo do ano foram registrados 73 casos positivos de câncer de mama e 31 óbitos pela doença em Sorocaba. Por ano, surgem cerca de 500 novos casos de câncer de mama na cidade.
Para o médico ginecologista e professor do curso de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC), Luiz Ferraz de Sampaio Neto, o diagnóstico precoce é muito importante, pois aumenta as chances de cura da doença. "Principalmente quando ela não comprometeu a mama muito extensamente e não se estendeu para outras estruturas do organismo", ressalta. Neto diz que o diagnóstico precoce também ajuda a programar um tratamento menos agressivo.
O ginecologista recomenda que o primeiro exame de mamografia deve ser feito aos 40 anos e continuar sendo realizado anualmente junto com o exame médico das mamas, até o fim da vida da mulher. Neto também recomenda às suas pacientes que realizem o autoexame das mamas frequentemente. "Eu acredito que esse exame sirva muito mais para a conscientização do risco e da necessidade de se fazer os exames, do que para o diagnóstico precoce. Ele é especialmente interessante para mulheres que têm as mamas muito irregulares, com vários pequenos nódulos, pois ninguém conhece melhor suas mamas do que ela mesma" destaca. O especialista aponta que se a mulher tiver evidência clínica de ser de alto risco familiar para o câncer de mama, deve fazer a primeira mamografia antes.
Programação
Um dos maiores eventos do mês será realizado dia 18 pela Liga Sorocabana de Combate ao Câncer, no Shopping Cidade Sorocaba. O evento conta com uma exposição fotográfica realizada pela fotógrafa Cláudia Silva com as assistidas da entidade. Durante a ação serão oferecidas atividades gratuitas como reflexologia podal, apresentações de dança, distribuição de panfletos informativos sobre a doença e aferição de pressão e glicemia. Exposições de artesanato, perucas, próteses para as mamas e um estande com venda de camisetas da campanha também estarão presentes no evento. O Ônibus da Mulher fará parte da programação e oferecerá serviços médicos no estacionamento do shopping.
Algumas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) prepararam uma programação especial para o mês de outubro, alusiva ao Outubro Rosa, como palestras, orientações e decorações especiais.
A Liga Sorocabana de Combate ao Câncer realiza ações voluntárias na cidade, desde 1975. A entidade já cadastrou mais de cinco mil pessoas, desde sua inauguração. Hoje, a Liga atende cerca de 150 pessoas por ano. Segundo a presidente da entidade, as atividades realizadas buscam trabalhar a autoestima das assistidas. "A mulher não pode se abater por ter a doença. A cura depende de cada pessoa. É preciso que a paciente fortaleça o seu sistema imunológico, através do trabalho mental. Isso é possível com muita autoestima, fé e equilíbrio espiritual", destaca.
Márcia diz que é perceptível a melhora das participantes. "É uma coisa impressionante. As pessoas chegam debilitadas, tristes. O fato de encontrar pessoas na mesma situação é um apoio para as mulheres. Há voluntárias que estão há 30 anos na Liga", conta. Para ela, as assistidas recebem estímulo frequentando a entidade. "Trabalhamos com a parte emocional e psicológica. Elas têm um colo na entidade", finaliza. A Liga está localizada na rua Antônio de Andrade, 45, no Jardim Faculdade. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (15) 3342 3320.