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Aluna de Medicina da PUC-SP ganha primeiro lugar com pesquisa sobre lazer para crianças especiais


08/04/2024

De acordo com a pesquisa, 45% dos entrevistados relataram não conseguir levar as crianças aos parques devido à falta de infraestrutura adequada e às dificuldades de transporte até os locais. Além disso, 48% apontaram a inexistência de parques públicos num raio de 10 quilômetros de suas residências.

A pesquisa “Espaços públicos de lazer: há acessibilidade para as crianças com necessidades especiais?”, elaborada por Mariana Dordetto Pereira, estudante de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP, foi premiada com o primeiro lugar na 18ª edição do Congresso Paranaense de Pediatria. O objetivo do estudo foi avaliar a percepção dos responsáveis por crianças e adolescentes atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Sorocaba sobre a acessibilidade dos espaços públicos de lazer.

O projeto foi desenvolvido sob a orientação da professora-doutora Ines Maria Crespo Gutierres Pardo de Alexandre e contou com a participação de Ana Paula Lopes Jamas, também aluna de Medicina da PUC-SP, e de Monica Ayres de Araujo Scatollin, docente da PUC-SP e neurologista da Apae de Sorocaba.

Lazer e o desenvolvimento infantil

O lazer é fundamental para o desenvolvimento cognitivo, físico e social das crianças. No âmbito cognitivo, estas atividades estimulam a criatividade, a imaginação e a resolução de problemas. Fisicamente, proporcionam oportunidades para que as crianças se movimentem, exercitem seus corpos e aprimorem suas habilidades motoras. No campo emocional, o lazer é essencial para o bem-estar, promovendo sentimentos de felicidade e satisfação. Socialmente, desempenha um papel fundamental na interação e no desenvolvimento de habilidades interpessoais.

Esse é, inclusive, um dos pontos cobertos pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), que estabelece que esse grupo tem direito ao acesso ao esporte, ao turismo e ao lazer, em igualdade de condições com as demais pessoas.

Metodologia da pesquisa

As entrevistas foram baseadas em um questionário padronizado, cedido pela professora Lisa Stanton Chapman, da Universidade de Cincinnati (EUA). As perguntas buscavam compreender as dificuldades enfrentadas pelas famílias de crianças com necessidades especiais no acesso a espaços públicos de lazer.

Resultados e desafios

Os resultados revelaram que, dos 32 responsáveis entrevistados, 45% relataram que suas crianças frequentam parques, mas não conseguem participar efetivamente das atividades devido a diversos obstáculos, como, por exemplo, a falta de infraestrutura adequada, a grande distância dos parques em relação às residências das famílias e dificuldades de transporte até o local.

Além disso, quase metade dos entrevistados (48%) relatou não existir um parque público num raio de 10 km de distância de suas residências, o que dificulta ainda mais o acesso ao lazer para essas crianças.

Necessidade de mudanças

Diante desse cenário, torna-se evidente a necessidade de modificações não apenas a nível governamental, mas também no âmbito da comunidade. A pesquisa ressalta a importância de todos fazerem parte desse processo de transformação, destacando situações em que crianças sem deficiência utilizam, indevidamente, brinquedos destinados àquelas com necessidades especiais, muitas vezes danificando-os.

Medidas para promover a inclusão

Apenas 38,7% dos entrevistados se mostraram satisfeitos com as ofertas de playgrounds, sublinhando a necessidade de implementação eficiente de novos parques e de estratégias de inclusão social.

Essas medidas incluem calçadas adaptadas, paradas de ônibus convencionais próximas à entrada, piso plano, rampas de acesso com inclinação baixa, vagas de estacionamento inclusivas, empréstimo de cadeiras de rodas, brinquedos acessíveis e inclusivos, banheiros adaptados e informativos em braile e libras.

Curitiba como exemplo

A cidade de Curitiba é apontada como um exemplo positivo, com um programa especializado para parques públicos totalmente acessíveis. A capital paranaense conta com 20 parques adaptados e disponibiliza um guia online para que pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida possam identificar locais de visitação turística com recursos de acesso seguro e facilitado.




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